Nosso Turismo em 2020 começa igualzinho a 2019: de LUTO! Estando o Ceará sitiado mais uma vez pela enorme eclosão da violência e nas grandes manchetes nacionais como Estado-Problema, migramos por completo nossa imagem de “Terra da Luz” para a de “Terra sem Luz”. A incapacidade do governo local de prover alguma gestão da segurança pública nos converteu em vulcão ativo que a toda hora lança lavas e expulsa a todos das ruas. Óbvio, afasta brasileiros e estrangeiros na medida em que, na hierarquia das prioridades de quem viaja, segurança é tudo.
Não bastasse nossa perda estrutural de competitividade como ambiente de negócios, já diagnosticada em variados estudos, sendo o último publicado pela conceituada consultoria Hotel Invest (www.hotelinvest.com.br) e que apresenta um panorama de investimentos em hotelaria desalentador para o Ceará, conseguimos desenvolver um vírus mais letal que o Corona para a atividade turística: o Insegurança Vírus.
O fato é que em fevereiro de 2019 fomos desaconselhados como destino turístico por países como USA e Portugal preocupados com a segurança de seus cidadãos e, neste fevereiro de 2020, nosso carnaval foi desaconselhado por nós mesmos e cancelado por muitas prefeituras. Triste demais para ser verdade esse alinhamento perfeito de planetas nocivos aos negócios em solo alencarino. Sem segurança nada, absolutamente nada, prospera.
Enquanto bilhões são gastos em obras de embelezamento viário, de infraestruturas de mobilidade e de requalificação da orla e mais bilhões torrados em esqueleto de aquário, em mamutes como CFO, CEC e Aeroporto fantasma de Aracati, nossa imagem como Destino Turístico vai ao chão mais uma vez. Todos falando do Ceará, não das praias, das serras e sertão. Não da nossa arte e cultura, mas dos riscos de passear com a família por aqui e da violência que vem governando este belo pedaço de chão do Nordeste do Brasil.
Convertido em problema nacional, o Ceará nada veloz conseguiu agora estagnar de vez sua maior vocação econômica e sair, mais ainda, do radar de investidores capazes de transformar nossa jangada do turismo em um navio moderno. Inobstante protocolos de intenções que não saem do papel e anúncios estapafúrdios de resorts aqui e ali nenhum empreendimento estruturante de capital privado consegue se materializar. Nem os projetos imobiliários que estão sendo tratados como turístico conseguem acelerar e se viabilizar.
Essa situação vexatória do Ceará é inadmissível e vem empurrando a autoestima de muitos para o subsolo da vergonha. Outrora uma promessa de Estado moderno, arrojado, eficiente e referencial, passamos no concreto a ser um ponto negativo fora da curva. Nossa mediocridade gerencial grita nos indicadores sociais e nosso mérito resume-se a pagar o funcionalismo em dia.
Assim, tocando nossa vidinha de quarto estado mais pobre do brasil, seguimos em casa amedrontados, pensando em blindar mais carros e reforçando as convicções de que esta geração partirá sem assistir o nascimento do tigre asiático do Nordeste que sonhadores prometem desde o século passado. La-men-ta-vel!
