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TURISMO: A.C e D.C. (Antes do Corona e Depois do Corona)

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Nada do que foi será/de novo do jeito que já foi um dia

Lulu Santos

Como uma onda no mar, digo, como um Tsunami avassalador que adentrou a terra, a pandemia junto com o pandemônio incinerou a economia do turismo mundo afora. A enorme cadeia produtiva do mundo das viagens sentou e chorou a seca impiedosa de turistas circulando. Como nosso sertanejo que fica a olhar o horizonte acreditando que a chuva vai molhar seu roçado e salvar seu sustento, os sertanejos do turismo estão vivendo situação idêntica. Impotência absoluta diante do pânico e das medidas de isolamento social impostas por Governos assustados diante de um Vírus polêmico quanto a sua taxa de letalidade diante de outros que levaram milhares de pessoas, e continuam levando.

Destinos consolidados e consagrados na Europa e Américas, além de Ásia e Oceania atravessam momentos de dor, sofrimento e prejuízos incalculáveis. Pessoas morrendo aos milhares e vivos desempregados aos milhões e falidos. É a chamada tempestade perfeita para qualquer setor da economia, com raras exceções, em especial para o setor que mais emprega no mundo que é o Turismo.

E como fica nosso pequeno Ceará nesse vasto mundo do Turismo? Como fica o Nordeste do Brasil nesse contexto assustador, após a vida voltar à normalidade? Teremos um novo normal que não será como o velho normal? Certamente! Esse choque comportamental está explicitando o tamanho do gap social do nosso Estado onde uma imensa minoria pode ficar em home office e a massa, o povão, à míngua sendo desempregado no mundo real, afora o oceano de autônomos que disputam as franjas de nossa minúscula e agora paralisada economia. Esse COVID19 é aquela bola certeira de um strike social. Derrubou tudo e todos.

Dona Joana, a vendedora de coco da Praia do Futuro, cujo apelo desesperado viralizou nas redes sociais, sintetiza todo o dilema que o Ceará atravessa. Sendo um Destino Turístico majoritariamente de lazer e entretenimento (sol e mar) com um modesto percentual de fluxo de negócios e eventos, a retomada da atividade será claudicante. Arrasados financeiramente pelo isolamento horizontal, os brasileiros levarão tempo para voltar a viajar para este fim. Tentar ressuscitar os negócios será a grande prioridade de todos e o lazer perderá força por um bom tempo. Outro aspecto relevante é o fato de que esse vírus aflige muito mais aqueles acima dos 60, exatamente os turistas que mais viajam a lazer e que possuem maior renda disponível. Natural que todos esses fiquem com um pé atrás nos próximos meses.

Sendo Também um Destino Turístico de longa distância e a incerteza quanto aos esquemas de retomadas de voos das grandes Aéreas, podemos seguir isolados por um tempo agonizante. Não somos um Destino ligado por rodovias maravilhosas muito menos por trens rápidos e confortáveis. Avião aqui é gênero de primeira necessidade. Com exceção do pequeno e econômico fluxo turístico rodoviário de estados vizinhos, sem aviões em quantidade não tem jogo. Lamentavelmente essa bola não é nossa e, portanto, não estamos garantidos no time dos Destinos que serão priorizados na retomada. Com 70% das frotas no chão a futura retomada das decolagens exigirão enorme esforço financeiro das Aéreas que começarão, óbvio, pelas rotas mais rentáveis, ficando as demais para depois.

Quanto ao HUB Aéreo, hoje sedado e entubado na UTI, apontado por gente do Estado como porta de entrado do covarde COVID em solo cearense, veremos se a situação financeira das companhias aéreas, mesmo com o anunciado socorro governamental, será capaz de enviá-lo ao menos para uma unidade semi-intensiva. O fato é que até agora esse projeto não foi capaz de fazer circular no Ceará os turistas internacionais prometidos. Assim, não sentiremos falta do que nós nunca tivemos. Quem vai sentir falta dos voos internacionais somos nós mesmos, os cabeça-chatas, que adoramos ir gastar nossos euros na Europa e dólares nos USA trazendo de lá, sem querer, uns COVID19 da vida. Registre-se que não foram europeus que trouxeram o Corona Vírus para o Ceará e sim nós que fomos passear por lá e pegamos o bicho. Isto releva que até nas estatísticas da pandemia nosso HUB é majoritariamente de Cearense que vão do que de estrangeiros que vem. A canção termina…

“não adianta fugir/nem mentir pra si mesmo/agora, há tanta vida lá fora/aqui dentro sempre/como uma onda no mar

Lulu Santos

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