O Ceará vem sofrendo os mais perversos golpes que podem ser desferidos contra um Destino Turístico. Em plena alta estação nossa endêmica violência nos jogou na lona e estamos agonizando e sob contagem regressiva dos mercados emissores de Turistas que acompanham, atônitos, o completo derretimento da nossa imagem. A máxima desonra que um Destino Turístico pode sofrer é o desaconselhamento de Países alertando seus cidadãos para os riscos existentes em viagens, no caso, para o Ceará. Foi isso o que o Governo Português fez através do seu Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE). Pesado!
Na hierarquia das prioridades de quem viaja o ítem “Segurança” vem destacado no topo, nomeadamente quando se trata de viagens de lazer com a família. Quem levaria sua família para viajar a locais arriscados demais para conhecer/passear? Ninguém. Neste sentido, com a Terra da Luz nas manchetes diárias da grande mídia nacional que só destacam os ataques, a violência e o descontrole da segurança pública não tem como sequer falar em Turismo. Como se não bastasse, as notícias desabonadoras do Ceará atravessaram também os oceanos e chegaram aos ouvidos dos quatro cantos do mundo. Registre-se que o mais poderoso marketing turístico ainda é o “boca-a-boca” e que Turista é “bicho” muito bem informado, sabendo tudo do lugar que está prestes a viajar.
Esta luta não pode estar perdida. Temos que nos recusar a crer nisso. A atual agonia da nossa Terra da Luz é o mais ameaçador contexto a gravitar sobre nossas cabeças. Falo de economia, emprego, renda e cidadania. Perder Refinaria, Montadora, etc. é café pequeno para as perdas sociais que a agonia que nosso Turismo atravessa pode representar. A questão agora não é mais se teremos o “Salto” prometido para o Turismo, mas sim se manteremos as posições atuais. Manter as posições atuais já seria um grande feito diante da tragédia que assola nosso Estado cujos números da desaceleração das reservas e dos fluxos turísticos sinalizam para um horizonte nada animador, com raras exceções.
Estive em Acapulco, no México, em 2007. Foi o período mais agudo do declínio do outrora mais vibrante e famoso balneário turístico do México. Fui conhecer com os gestores do turismo local as razões do ocaso que arruinou o Destino Turístico. Violência, Facções, assassinatos e atentados. O Estado perdeu o controle e a guerra contra o crime. O Turismo Sol e Praia ruiu, migrou definitivamente para Cancun e o desemprego agravou ainda mais o Caos social de Acapulco. O Ceará não pode virar a Acapulco do Nordeste.
