Impressionante no que se transformou nosso amado Estado do Ceará. Outrora considerado o Pequeno Notável, respeitado e enxergado por muitos players do mercado sulista como um provável novo “tigre asiático do Nordeste” e, também, como candidato a “vale do silício” da região, passamos a ser referência nacional de coisas ruins e voltamos a ser apenas mais um Estado do Nordeste, pobre e sem capacidade de resolver seus problemas estruturais. Ou seja, sem perspectivas.
Para imenso vexame dos muitos cearenses que amam esta terra, viramos o contra destaque nacional quando o assunto são os indicadores sociais e econômicos. Campeões brasileiros em violência, últimas colocações em cobertura de rede e tratamento de esgoto, últimas colocações como ambiente de negócios, campeões de concentração de renda, referência de desperdício na alocação de recursos públicos, educação sofrível, campeão brasileiro de epidemias como a Dengue, e agora, como se não bastasse, campeão brasileiro da Pandemia de Corona vírus. Nossa capacidade de estar entre os piores não tem limites. E estamos sempre nas manchetes nacionais como Estado problema. Por quê? Por quê temos que sofrer tanto assim?
Já chega de sermos sempre destaque nacional em colapso social. Merecemos mais competência na condução dos nossos destinos, hoje completamente comprometidos diante da alta temperatura do caldeirão social que já vivíamos, e que a Pandemia converteu em incêndio de grandes proporções. Os incompetentes inconscientes nos lançaram de um penhasco que, todos sabem, termina em pântano de crocodilos. Nossa autoestima está no chão e nosso ritmo de africanização está acelerado. Com o setor privado naufragado, viramos um estado socialista no qual dependeremos cada vez mais do cambaleante orçamento público de um Estado que caminha para a insolvência social.
Quem belisca o esquelético orçamento público certamente está em casa silente na sua zona de conforto curtindo sua Quarentena entre queijos & vinhos, enquanto o povo padece rachando ao sol do desemprego, da falta de perspectivas e da violência. Sim, viramos uma calamidade pública, independente de decreto estadual que reconheça ou não essa situação fática. Um Governo errático e vacilante, que não opera com mínima eficiência em suas entregas. O modelo mental de quem manda no Ceará imprime uma dinâmica governante medíocre, sob todos os aspectos! Somos hoje uma espécie de mostruário do descalabro na administração pública.
O Ceará é campeão brasileiros de Corona Vírus. E isso não é coincidência, e sim mais uma vergonha. Nos resta rezar, sim, rezar como Seu Lua (como era carinhosamente conhecido o famoso cantor e safoneiro Luiz Gonzaga), brilhante “pernambuquense” (pernambucano cearense): “que braseiro, que fornaia / nem um pé de prantação / por falta d’agua perdi meu gado / morreu de sede meu alazão / eu perguntei a Deus do céu, ai / por que tamanha judiação”.
