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TURISMO: BOMBA ARMADA EM FORTALEZA.

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A Prefeitura de Fortaleza e suas sucessivas decisões amadoras, absurdas e desplanejadas terminaram por armar a nova bomba social que cairá no colo de todos, em futuro não muito distante. Em uma agenda errática e com enorme desprezo a atividade turística, nossa cidade poderá migrar definitivamente para o subsolo do ambiente turístico nordestino e passar a viver na periferia das opções dos mercados emissores de turistas, sejam os nacionais ou internacionais.

O epicentro do terremoto turístico da capital já é conhecido: a nova beira mar de Fortaleza. Estima-se que ao menos 230 milhões de reais dos cearenses foram investidos, teoricamente, para melhorar a infraestrutura e a agradabilidade do cartão postal da cidade. Também para viabilizar o ordenamento e o ambiente da via, dos usuários, dos moradores e do imenso polo comercial que tem nos turistas seus maiores consumidores. Contudo, os incautos da gestão pública municipal, desprovidos de qualquer senso que não seja o obrismo desenfreado, acabaram por condenar a rede hotelaria da beira mar a quase extinção e, com isso retirar os turistas que sustentam a economia local e regional.

Deliberadamente ou por pura incompetência estrutural a Prefeitura, pasmem, com o apoio suicida da sua Secretaria do Turismo, articulou para alterar a legislação do chamado gabarito (percentual) de aproveitamento dos terrenos à beira mar, permitindo um grau de verticalização das novas plantas imobiliárias que vem levando as forças de mercado a destruir hotéis, bares e restaurantes para construir prédios de 50 andares de apartamentos residenciais. Simples de entender: a taxa de retorno do imobiliário ficou, graças ao tiro de misericórdia da prefeitura no Turismo, muito maior que a das operações hoteleiras.

Hotéis icônicos como o Ponta Mar, Vela Mar e Samburá já encerraram suas atividades, além do majestoso Hotel Esplanada que já foi demolido. Nesse mesmo ritmo aguarda-se o anúncio do fechamento de mais três ao longo desse ano. Um total de cerca de 910 quartos hoteleiros desaparecerão só da beira mar no curto prazo. 500 já eram. Imaginem uma taxa média de ocupação anual de 65%, uma diária media de R$ 250,00 reais e cada turista gastando outros R$ 200,00 por dia em compras, inclusive na feirinha da beira mar. A grosso modo podem ser, por baixo, menos 100 milhões/ano circulando em Fortaleza, sendo desses cerca de 50 milhões a menos gastos em compras. Será que alguém da prefeitura fez as conta do impacto prejuízo sócio econômico desse fenômeno dantesco? Em mais cinco anos a economia de subsistência da beira mar, muito dependente do Turismo, estará colapsada e alimentando as esquinas de Fortaleza com pedintes e moradores de rua.

Os gestores da Prefeitura de Fortaleza conseguiram entrar nos anais da crueldade social ao produzir, paradoxalmente em face das obras feitas, o maior ataque até então visto a beira mar de Fortaleza, repita-se, mesmo tendo gasto milhões na tentativa de embelezar a nossa orla. A imagem de nossa beira mar quase sem turistas passou de um sonho delirante a um pesadelo algora bem plausível.

Extinto Hotel Ponta Mar

Por fim, e não menos intrigante, é assistir a entidade que deveria lutar por uma hotelaria forte e dinâmica, entidade esta hoje controlada por político/hoteleiro fliado ao mesmo partido que domina a Secretaria de Turismo de Fortaleza, assistir e apoiar o desmonte em curso do Turismo na nossa bela capital. A história guardará um lugar especial a esses homens-bomba.

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