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A MARCHA AO PIANO

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O retrato fiel do drama do Turismo em Fortaleza é a demolição de hotéis na “nova” beira mar. O primeiro foi o então Hotel Esplanada, ícone do alto padrão hoteleiro em Fortaleza. 116 quartos vieram a baixo pela força do mercado. Estava condenado pela baixa rentabilidade. Agora mais três serão demolidos pela mesma força. A beira mar perderá cerca de 30% da sua oferta hoteleira em mais dois anos. Alguns afirmam que serão 50% em mais quatro anos. Não duvido. E em mais dez anos?

Sem hotéis, sem turistas. Sem turistas, sem consumo. Sem consumo a feirinha estará inviabilizada e o drama social se alastra, a exemplo da falida Monsenhor Tabosa. A resposta do poderoso Mercado ao novo marco legal de uso e ocupação do solo e a essa obra de requalificação urbana da beira mar vem sendo esta: hotéis não são mais viáveis em face das doenças graves do então “cartão postal” do destino Fortaleza. E nenhum empresário do Turismo vai ficar tomando prejuízos em face da degradação do tarifário médio podendo reaproveitar o terreno e participar com 30 ou 40% de um super VGV (Valor Geral de Vendas).

Sem horizonte para conseguir a viabilidade econômica dos empreendimentos hoteleiros, os investidores optam por mudar de ramo e demolir seus hotéis. Acham melhor e mais rentável serem incorporadores permutantes de terrenos que operadores hoteleiros. Óbvio que o mercado imobiliário construirá, impulsionado pelos novos índices construtivos autorizados pela legislação urbana de Fortaleza, prédios de 40 ou 50 andares residências e não mais hotéis.

No futuro não teremos mais hotéis na beira-ma de Fortaleza. Isso aconteceu na avenida beira mar de Recife (Avenida Boa Viagem) e resultou na completa decadência do Turismo na capital pernambucana, que perdeu quase todo o fluxo turístico de Sol e Praia (lazer/entretenimento) passando a receber apenas os fluxos de turismo de negócios e eventos. Lembrando que no caso de Fortaleza não temos mais o Centro de Convenções (congressos, seminários, fóruns, simpósios, etc.). Temos apenas um Pavilhão de feiras (CEC).

Essas nuvens pesadas vem se formando há tempos para o mais inclusivo setor da economia de Fortaleza sem que a gestão pública estadual ou municipal façam absolutamente nada para salvar o segmento e os milhares de empregos que serão perdidos.

Não será tocando piano ao pôr do sol na praia de Iracema que resolveremos a falência do Turismo de Fortaleza. Temos que mudar a agenda e a gestão com a máxima urgência antes que escutemos, neste mesmo piano, a marcha fúnebre de Chopin anunciando o cortejo dos operadores de Turismo da capital cearense.

Então, vai faltar esquina em Fortaleza para tantos pedintes.

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Allan aguiar

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