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Turismo: A Esperança Reside Nas Urnas

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“Mas é claro que o sol vai voltar a bilhar/quem acredita sempre alcança /espera que o Sol já vem / tem gente que está do mesmo lado que você, mas que deveria estar do lado de lá / tem gente enganando a gente / veja nossa vida como está / mas eu sei que um dia a gente aprende /se você quiser alguém em quem confiar / confie em si mesmo /”.

Evocando aqui o grande Renato Russo para traduzir um Ceará que está cada vez mais “ruço”. Nosso Turismo que já reunia perigosas comorbidades, repousa na UTI entubado a espera de um milagre capaz de levantá-lo desse leito representado pelo ineditismo do descalabro, descaso e enorme mediocridade da administração pública que, juntamente com a pandemia, impôs a maior agonia que o trade turístico já atravessou em toda a sua história. Essa situação produziu a maior exclusão social que nossa Fortaleza já contabilizou na forma de destruição de milhares de empregos na extensa cadeia desse setor produtivo. São incontáveis as empresas que não voltam mais e juntamente com elas os postos de trabalho. Sem atrativos, a Fortaleza outrora alegre e efervescente e de tantas opções culturais e musicais hoje assiste seu nome sempre associado a pandemia e violência. Pense numa tristeza!

O vulcão social da falta de renda só não entrou em erupção em face dos R$ 600,00 do Auxílio Emergencial do Governo Federal, que agora emagreceu para R$ 300,00. Imaginem os garçons, atendentes, camareiras, vendedores ambulantes, cozinheiros e dezenas de outras categorias profissionais que dependem do trânsito de turistas em Fortaleza para sobreviverem. Como viver com R$ 300,00? Artistas, produtores, montadores, iluminadores, empresários do setor do entretenimento parados há quase 9 meses. Meu Deus, que coisa louca é essa que esse Governo patrocinou em troca de ser campeão brasileiro de mortes de COVID19. Um espetáculo de incompetência e estupidez. Será o Ceará o Rio de Janeiro do Nordeste?

O trem da economia de Fortaleza é puxado, todos sabem, pelas locomotivas dos setores de serviços e comércio, tendo os não residentes (turistas) um papel central na manutenção dos postos de trabalho. Sem eles, é colapso. Sem eles o que resta são os bolsas família e auxílios da vida. Hoje já temos em Fortaleza uma economia cuja renda advém muito mais do setor público que do setor privado. Os empreendedores de Fortaleza, escorchados pelo cipoal da burocracia e dificuldades impostas pelo governo municipal e estadual, assistem atônitos a perda de protagonismo na formação da renda municipal. Fortaleza, como de resto o Ceará, já é uma economia socialista em que cabe ao orçamento do ente público fazer girar a minguada economia. Não será possível alcançar o bem estar social sem que o setor privado adquira seu protagonismo na cena econômica. Quem faz as coisas acontecerem (trabalho e renda) é o setor produtivo privado e neste sentido o Estado e sua capital possuem ambientes de negócios tão ameaçadores ao capital privado que os investidores simplesmente se recusam a desembarcar por estas bandas do Nordeste do Brasil.

Sendo assim, somente a mudança da atual dinâmica governante será capaz de oferecer alguma chance de erradicar a enorme pobreza que colocou o Ceará nas cabeças do ranking nacional de precariedade social. Nosso futuro está nas urnas. Urnas que nos conduzam a um novo modelo mental capaz de garantir uma administração pública gerida dentro de padrões elevados de governança. Precisamos de um governo moderno, arrojado e gerido por profissionais verdadeiramente comprometidos com o futuro dos muitos milhões de pobres que compõe majoritariamente o mosaico social desta nossa terra, a qual em algum tempo no futuro pode ser muito mais generosa com a enorme massa que depende de Bolsas e auxílios para sobreviverem, vez que não vivem, apenas sobrevivem dentro da felicidade que conhecem. Quando as urnas forem abertas saberemos se teremos mais da mesma mediocridade ou estaremos inaugurado a expectativa de um novo tempo em que vamos virar as páginas de um livro triste que todos do setor já conhecem. Como também cantou o poeta, otimistamente, “Espera que o Sol já vem”.

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