Bem Vindo ao blog Os CEARENSES.

GUARAMIRANGA: S.O.S. TURISMO

COMPARTILHE:

Uma das metas do Governo do Estado, no passado, era que o turismo conseguisse ser interiorizado por todo o seu território e ajudasse os municípios a gerar postos de trabalho e, com isso, melhorar os cruéis índices de pobreza dessas localidades. Desconcentrar os fluxos turísticos que só vinham, como acontece hoje, para os destinos praianos.

Tendo como porta de entrada a capital, o litoral leste e oeste do Estado e seus 573 quilômetros de praias concentravam quase a totalidade dos brasileiros e estrangeiros que circulavam na Terra da Luz. Mas, sendo o Ceará possuidor de ativos turísticos valiosíssimos nas serras e no sertão, coube ao governo um esforço de construir os roteiros, montar os pacotes e fomentar sua comercialização junto às operadoras e agências de viagens. Tudo em parceria conveniada com a ABAV/CE – Associação Brasileira de Agências de Viagens.

Com isso, nosso Maciço de Baturité e sua âncora Guaramiranga, a suíça cearense, passaram a receber visitantes europeus e brasileiros não residentes em Fortaleza. Guará começou a ser paulatinamente descoberta, pelo clima, pela exuberância da mata atlântica, pelas paisagens, pelos festivais, pela gastronomia e pelas pousadas de charme e hotéis boutiques que se viabilizaram ao longo dos anos. A demanda e a promoção empurraram o destino turístico que, inclusive, rebocou também outros serranos como Pacoti, Mulungu, Baturité, etc.

Contudo, e nem tudo são flores em Guaramiranga, o município não se mobilizava para construir um ambiente favorável ao desenvolvimento do turismo, seu ordenamento, gestão, controle e atração dos investimentos qualificadores/viabilizadores das atrações naturais que lá se encontram em cada cascata, trilha, mata e na fauna e flora que afloram em cada canto daquele bioma. A municipalidade de Guará estava à deriva no que se refere a uma gestão pública capaz de transformar a vida dos mais pobres pela força do turismo. A prefeitura, letárgica, assistia às forças do mercado e dos órgãos estaduais e federais do meio ambiente ditarem o destino do município, sem qualquer capacidade de liderar o processo de ordenamento ambiental, seja rural ou urbano, do seu próprio território, o qual é majoritariamente inserido dentro de uma Unidade de Conservação da Área de Proteção Ambiental (APA) da Serra de Baturité.

Sendo assim, agarrada ao século passado, onde os coronéis de patente que governavam o estado, políticos e milionários construíram estradas, compraram terras, desmataram adoidado e edificaram suas mansões, Guará hoje tenta romper esse ciclo vicioso e tomar as rédeas do seu dever de criar seu próprio órgão municipal do meio ambiente, avocando e invertendo o protagonismo do que pode e não pode ser feito em seu espaço rural e natural. Uma competência municipal indiscutível.

Quem é mais capaz, eficiente e zeloso para analisar projetos de investimentos turísticos, hoteleiros e imobiliários nos municípios? Eles ou os governos estaduais e o federal? SEMA estadual, IBAMA ou SEMA Municipal? Óbvio, sempre será o município, basta ter gente qualificada, ética e que ame e conheça sua terra e seu povo. Que tenha compromisso com quem lá vive e trabalha e não com excursionistas com mansão para veranear e que sequer vão gastar um dinheirinho na pracinha charmosa e na ruazinha bucólica.

Não precisa reinventar a roda, guardadas as devidas proporções, nossa Suíça pode ser, um dia, a Suíça dos gaúchos (Gramado), que é uma total monocultura do turismo, com habitantes vivendo com renda média sete vezes maior que a da nossa “Suíça” não explorada. E quanto aos eco chatos/eco xiitas, etc., que adoram atrapalhar a prosperidade, vamos enviá-los para a margem equatorial aporrinhar a PETROBRÁS, enquanto a Guiana e o Suriname enchem os bolsos do seu povo de petrodólares, emprego e cidadania. Imaginemos se eles existissem desde os primórdios, não teríamos nenhuma das sete maravilhas do mundo, nem o Cristo Redentor no topo de uma montanha, nem Machu Picchu no topo dos Andes e nem a muralha da China vista do espaço. Nem mesmo o Coliseu romano e o Taj Mahal teriam sido construídos. Esses monumentos maravilhosos que eles adoram visitar nas férias.

COMPARTILHE:

Picture of Allan aguiar

Allan aguiar

Respostas de 15

  1. Parabéns pela análise sem romantização a este destino que conheço bem. Vamos rogar que esta nuvem escura que redonda nosso turismo, nosso agro e nossa cultura, se torne novamente transparente para receber os investimentos necessários.

    1. Essa opinião é, no mínimo, questionável. Parece mais um discurso encomendado para maquiar interesses econômicos sob o pretexto de desenvolvimento, enquanto a degradação ambiental avança. A ideia de que a liberação de licenças para megaprojetos imobiliários impulsionará o turismo e erradicará a pobreza na Serra de Baturité não apenas ignora a realidade local, mas a inverte. A região enfrenta um colapso hídrico, com comunidades dependendo de caminhões-pipa durante grande parte do ano devido à gestão ambiental negligente. Construir mais apenas aprofundará essa crise. Além disso, a destruição de habitats está levando espécies à extinção, resultado da falta de visão ecológica e da ganância de quem insiste em negar as evidências climáticas. Para esses, o copo nunca está cheio o suficiente—e a sede por lucro sempre fala mais alto do que o compromisso com o futuro.

      1. Vdd amigo .. Guaramiranga é dos investidores .. empresários .. construção de condomínios chalés .. mansão .. acabando a mata verde q era bom de se viver … Naci e me criei por lá.. o rio q passa por dentro da cidade está coberto por pousadas prédios .. onde foi parar o rio .. n semana ir por lá é um deserto … Rotina dos moradores .. a prefeitura faz ovw mesmo .. os sítios e fazendas sumiram .. agricultura .. sumiu .. fartura de frutas e verduras sumiram .grandes plantações de café .. plantações da cana de açúcar …ficou n história de quem viveu … Bom .. desmatamento continua … Sombra de uma árvore acabada destrói a vida de um passarinho.

      2. Moro em Maceió-AL, munha família mora em Palmacia e Pacoti.
        Sempre visito a cidade Guaramiranga, o aconchego do clima é muito agradável e a população da cidade deve cobrar as autoridades locais por menos desmatamento, além da licença do estado, ter uma licença da prefeitura e 07 conselhos da cidade de qual projeto a ser executado. Descumprindo, uma multa 10 vezes o valor do empreendimento.
        Construir nessas áreas necessita de estudos , projetos , liberação ao conselho da cidade. Podemos construir sem desmatamento.

    2. Muito preciso no seu comentário, seu recado foi direto e preciso, espero que as autoridades estadual e municipal saiam da sua redoma de ignorância e de seu olhar míope. GUARAMIRANGA precisa ser mais amada, mas com o cuidado de não feri-la .É preciso enxergar GUARAMIRANGA com um olhar mais carinhoso, zelar pela vida que ela tem e pela vida que nos dar.

  2. A Associação dos Municípios do Maciço de Baturité (AMAP) é composta por 13 municípios, alguns interligados por distâncias que, sem esforço, dá cobrir a pé. As Interferências administrativas conflitam-se, por vezes,devido a proximidade.
    Para o bom desenvolvimento do Maciço não seria o caso rever esta aglutinação?

    1. Que iniciativas aconteçam e coloquem em prática a cultura e o turismo cada vez atuante sem ameaçar riscos a beleza da natureza e o seu bem estar

  3. Que iniciativas aconteçam e coloquem em prática a cultura e o turismo cada vez atuante sem ameaçar riscos a beleza da natureza e o seu bem estar

  4. Essa opinião é, no mínimo, questionável. Parece mais um discurso encomendado para maquiar interesses econômicos sob o pretexto de desenvolvimento, enquanto a degradação ambiental avança. A ideia de que a liberação de licenças para megaprojetos imobiliários impulsionará o turismo e erradicará a pobreza na Serra de Baturité não apenas ignora a realidade local, mas a inverte. A região enfrenta um colapso hídrico, com comunidades dependendo de caminhões-pipa durante grande parte do ano devido à gestão ambiental negligente. Construir mais apenas aprofundará essa crise. Além disso, a destruição de habitats está levando espécies à extinção, resultado da falta de visão ecológica e da ganância de quem insiste em negar as evidências climáticas. Para esses, os negacionistas, o copo nunca está cheio o suficiente—e a sede por lucro sempre fala mais alto do que o compromisso com o futuro.

  5. Moro em Maceió-AL, munha família mora em Palmacia e Pacoti.
    Sempre visito a cidade Guaramiranga, o aconchego do clima é muito agradável e a população da cidade deve cobrar as autoridades locais por menos desmatamento, além da licença do estado, ter uma licença da prefeitura e 07 conselhos da cidade de qual projeto a ser executado. Descumprindo, uma multa 10 vezes o valor do empreendimento.
    Construir nessas áreas necessita de estudos , projetos , liberação ao conselho da cidade. Podemos construir sem desmatamento.

  6. Os residentes das cidades da Serra continuam sem acesso ideal à educação e saúde . Suponho que visitar a Serra de Guaramiranga objetiva contato coma natureza , e não com pra as e condomínios de luxo . Acho que não cabe criticar os ecochatos , pois os não ecochatos usufruem das trilhas florestais , frutas frescas e ar menos impuro . Destruir um bioma para construir quadras de esportes particulares é destruir o patrimônio natural do coletivo local , estadual e federal , pois todos se beneficiam da existência da mata atlântica .

  7. Este artigo foi evidentemente encomendado pela atual prefeitura para enganar a população de Guaramiranga, e passar goela abaixo um projeto de Autarquia do Meio Ambiente totalmente conivemte com os interesses milionários dos grandes contrutores e imobiliárias que já usaram a Natureza de Guaramiranga de forma não sustentável, e que promete avançar na sua saga lucrativa destruindo o que resta e expulsando cada vez mais a população nativa que não tem como pagar os altos preços deste império da ganância. É a Prefeitura a serviço dos poderosos. A Natureza haverá de dar o troco.

  8. Gostei da matéria. Turismo no Brasil precisa de muito investimento e conscientização. Aliado a isso, mão de obra qualificada e comprometida. Estamos deixando de ser protagonistas das nossas paragens entregando a investidores inescrupulosos as riquezas naturais os quais exploram os moradores do lugar entre outras ações usurpadoras do patrimõnio natural, cultural e humano. O trade turístico é tão culpado quanto omisso em ignorar e ñ viabilizar roteiros e ocupação dos locais explorando melhor a sazonalidade, calendário de eventos locais e promoções de teor cultural e de conhecimento dos locais visitados tais como: origem, proposta e educação para o turismo.

  9. Gostei da matéria. Turismo no Brasil precisa de muito investimento e conscientização. Aliado a isso, mão de obra qualificada e comprometida. Estamos deixando de ser protagonistas das nossas paragens entregando a investidores inescrupulosos as riquezas naturais os quais exploram os moradores do lugar entre outras ações usurpadoras do patrimõnio natural, cultural e humano. O trade turístico é tão culpado quanto omisso em ignorar e ñ viabilizar roteiros e ocupação dos locais explorando melhor a sazonalidade, calendário de eventos locais e promoções de teor cultural e de conhecimento dos locais visitados tais como: origem, proposta e educação para o turismo.

  10. Concordo, com todos os comentários, atualmente, moro no Tocantins, primeiro não tem transporte público, ligando Fortaleza X Guaramiranga. 2 – Preço muitos caros, na hospedagem como na alimentação. 3 – Faltando sinalização para ir nos locais turísticos. Estiver no final de fevereiro em Guaramiranga. Tiver que alugar um carro, tiver dificuldade para ir em alguns lugares e preços caros.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

VEJA TAMBÉM
Os CEARENSES

Assine a Newsletter
Os CEARENSES