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OS “BICUDOS” DO CEARÁ

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O “Bicudo“, uma praga que arrasou as lavouras de algodão do Ceará, arruinou a renda per capita dos sertanejos que dependiam dessa cultura para sustentar suas famílias. Alguns afirmam que o Algodão era tão vital para a economia do Estado que sua cadeia produtiva chegou a representar 24% do PIB dos Cearenses. O Ceará era, nos anos 70’s e início dos 80’s, o segundo maior polo têxtil e de confecções do Brasil. Hoje, após a praga do Bicudo e a falta de políticas públicas de apoio ao segmento, o que nos resta é a zorra da pirataria e informalidade da “Zé Avelino”. Os formais foram empurrados pelo próprio Governo do Estado para a informalidade. Aqui e acolá alguém vai preso. Milhares de empregos e empresas dizimadas pela inércia do Governo.

O tempo passou, o setor privado encolheu e a pobreza do nosso povo aumentou. Só não explodiu tudo em face das bolsas famílias da vida. Empregos decentes que é bom, nada!. O Estado engordou e passou a ser o acionista majoritário da nossa economia. Empregos e investimentos ficaram a cargo do obeso enquanto o famélico ambiente de negócios degringolava de vez.

Querendo virar um “tigre asiático “ o Ceará optou por apostar, a partir dos anos 80’s, suas maiores fichas na “guerra fiscal” voltada a atrair indústrias a qualquer custo. Seríamos uma espécie de Coreia do Sul, digo, do Nordeste, ou uma Califórnia brasileira, com Vale do Silício e tudo. Porto novo, Aeroporto Novo, estradas, etc. O tempo passou novamente e hoje não somos ainda quase nada na estrutura produtiva do Brasil. Do alto dos nossos míseros dois e uma coisinha porcento do PIB do Brasil, seguimos com um população duas vezes mais pobres que a médias dos demais brasileiros. Ou seja, no Agro somos quase invisíveis e na Indústria somos minúsculos. E agora? Para aonde caminhar para gerar ocupação, renda e alguma cidadania para esse povo sofrido e bem-humorado? Alguns tem até afirmado que estamos mais parecidos com a Coreia do Norte que com a do Sul.

TURISMO! Bingo! Vamos preparar o Estado para bombar nesse segmento. Mãos às obras: Aquário, Centro de Eventos, Centro de Formação Olímpica, Aeroportos Regionais, novo Pinto Martins (FRAPORT), nova Monsenhor Tabosa, binários, tijolinhos, jarros nas avenidas, nova beira-mar e o grande “gol de placa”: O HUB Aéreo Internacional, com dinheiro público para as Cias. Aéreas colocarem seus voos. Então veio o tempo, que passou mais um pouco e…..no show! Ninguém que manda no capital privado parece olhar mais para o Ceará. Porque será?

A praga do Bicudo atingiu nossa mais clara vocação econômica. E esse Bicudo não é a pandemia. A Pandemia é para todo o Planeta. Trata-se do “Bicudo cabeça-chata”. Trata-se do Bicudo “made in Ceará”. Das escolhas estapafúrdias do Estado. Da gestão errática da agenda de desenvolvimento econômico do Estado. Da hierarquia das prioridades que faz nascer torres eólicas na areia da praia gerando zero empregos e a esterilização do nosso litoral para recepcionar investimentos que nos colocaria como players do Turismo internacional. Muitas das nossas praias já estão imprestáveis para a atividade turística. Canoa Quebrou e Jeri, o santuário ambiental nacional, assiste sua fama de paraíso ser ameaçada em face das agressões de um Turismo predador e desplanejado. Até a Duna do pôr do sol está sumindo.

Um “Bicudo”, ou outros bicudos extremamente prejudiciais para a evolução da economia do Estado são o próprio Governo do Estado e suas Secretarias que se odeiam: SETUR e SEDET. Uma quer acabar com a outra sendo a primeira quase presa, sem passaporte e nenhuma credibilidade e a segunda montada em um pangaré chamado, risivelmente, de “Ceará “Veloz””.  

Outros Bicudos surpreendentemente danosos são as próprias “lideranças políticas” do chamado “trade turístico”. Disfarçados de entidades de classe, esses eternos Bicudos são na realidade donos de partido político que se dedicam quase que exclusivamente a negociar cargos em governos. Esses pesados “Bicudos” da gestão permitem entender as razões pelas quais nossos indicadores sociais e econômicos são medíocres e estão presos ao século passado.

Como criou e cantou nosso Ednardo: “Pavão misterioso/Pássaro formoso/Tudo é mistério/Nesse teu voar/Derrama essas faíscas/Despeja esse trovão/Desmancha isso tudo, oh/Que não é certo não”.

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Allan aguiar

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