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ATENÇÃO: A Barragem Social Vai Arrombar

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Esta próxima semana a fome e a necessidade vai, como sempre, desempatar a partida jogada em campo entre o Risco e a Certeza.  O Risco de pegar e sofrer e a Certeza de sofrer sem pegar. O Brasil, muito menos o Nordeste, não é uma Itália, Espanha, França ou Alemanha, sem falar em uma Nova York – USA.  Só quem não conhece o Brasil-África acredita que decretos de isolamento social podem ser cumpridos pela imensa maioria dos brasileiros. Somente a turma do Brasil-Suíça, alguns poucos, é capaz de achar que todos estão em casa em obediência aos decretos de calamidade pública. A turma dos Jardins, de Boa Viagem, do Leblon, Aldeota ou Meireles, parecem não conhecer o mosaico social que permeia as cidades que abrigam esses bairros. Não tem como manter essas brasileiras em casa pelo simples fato de que suas casas, muitas sub-habitações, não oferecem qualquer infraestrutura para o conforto mínimo requerido para uma longa quarentena, e que seus alimentos dependem do dia a dia nas ruas. Na luta diária pelo café da manhã, o almoço e o jantar.  

Assusta a posição automática de alguns formadores de opinião que mergulham em mantras tipo “fique em casa” sem conhecer a realidade da média das casas das brasileiras. Ora, se essas brasileiras se acostumaram a sair de casa todos os dias, apesar da violência nas esquinas e da falta de transportes públicos decentes, afora as epidemias de dengue, H1N1, chikungunya, Zica, etc., o que faria elas ficarem em suas casas agora? Apenas um fator: o governo fechou tudo e os habitantes do Brasil-Suíça pararam de circular e gastar pulverizadamente e estão tentando salvar suas peles no conforto de suas boas residências, supridos por suas economias ou pela certeza dos créditos dos seus empregos públicos.  Sabemos hoje que os principais formadores de opinião não estão mais vinculados a redações de empresas de comunicação, mas sim em suas contas nas Redes Sociais, que são a alforria da notícia e da informação. Essas brasileiras, por mais humildes que sejam, estão conectadas e avaliando suas condições de vida e a condução dos homens públicos desse momento dramático que a nação atravessa. Medo sim, bobo ninguém.

Dado que a economia formal tem que fechar em obediência ao decreto do governo do estado, mesmo sob o choro e ranger de dentes dos micros, pequenos e médios empresários, a economia informal já começou a disrupção em direção a sua subsistência arrombando a porta que o governo não consegue blindar. Sim, no Brasil é diferente e a barragem social está arrombando e nenhum decreto segura essa onda. Mesmo com toda a filantropia e a mobilização da solidariedade dos corações generosos e abnegados, não será possível segurar as pessoas em casa, apesar dos riscos de explosão de casos e suas consequências humanitárias. O alarme da barragem social já foi acionado para que todos, a jusante, abandonem suas casas e se protejam aonde puderem. A correnteza da subsistência promete ser forte e arrastará muitos para os braços do COVID19.  

Como, pelo menos, recuperar alguma parte dos postos de trabalho destruídos por esse strike viral sobre a cidadania de uma região tão carente como a nossa. Não há nada mais triste que uma família sem o seu sustento, afinal vivemos no Nordeste do Brasil, com a economia dominada pelo setor de comércio e serviços impulsionados pelo turismo, além de forte presença da renda gerada pelos gastos e investimentos do setor público. Saber como estaremos na Terra 2.0 não é tarefa muito difícil. Vejam a sinuca de bico em que estamos metidos! É a aplicação perfeita do velho ditado popular que diz que “se ficar o bicho pega e se correr o bicho come”. Com a palavra os otimistas, os pessimistas e os realistas.

Assim, neste domingo da ressureição, agradeçamos ao Cristo ressuscitado por vencer a morte e peçamos a Ele, redentor, que abençoe a toda a humanidade e nos liberte desta peste para a qual não temos vacina. Deus seja louvado! Amém!

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