“O Otimista é um tolo. O pessimista, um chato. Bom mesmo é ser um realista esperançoso”, disse Ariano Suassuna, um dos ícones da cultura nordestina.
De fato, sem embargo de campanhas para animar a tropa sofrida diante de tantos ataques, fundamental é ter generais realistas capazes de reconhecer as limitações de suas tropas e comprometidos com a vida dos que ainda respiram. Neste quesito não existe a possibilidades de avaliações empíricas. Os números da pandemia gritam nos quatro cantos do Ceará que a gestão pública da mesma foi um acidente humanitário de proporções inéditas. O Ceará bateu de frente com o Maciço da COVID em pleno voo rasante. Perda total de vidas, empregos e dignidade do nosso povo, outrora apenas pobre e ignorante, agora faminto.
Não conseguimos, mais uma vez, diferenciar o Ceará pela excelência, competência e efetividade nas medidas de enfrentamento da pandemia. Longe de sermos um referencial de Estado brasileiro positivamente diferenciado pelas medidas que adotou, nos notabilizamos de novo como um canto caótico do Brasil onde a pandemia deitou, rolou, desempregou e matou. Onde nosso Comandante errático, cercado de generais perdidos, adotava posturas e tomava decisões que só agravavam o drama dos desgovernados. Estamos assistindo um dramático espetáculo de incompetência sistêmica e cruzada que envergonha a todos os que possuem a mínima isenção e honestidade intelectual. O General local entrou no jogo medíocre de lançar a culpa para cima enquanto o comandante de cima joga para baixo. Medidas assertivas e certeiras para salvar vidas, empregos e comida, nada. Enquanto esses políticos ignóbeis se odeiam e lutam pelo poder nas próximas eleições nós morremos em número muito maior que aquele que possa ser considerado normal para algumas doenças. No Ceará a morte está “vazando pelo ladrão”.
O “#VaiDarCerto” protagonizado pelo excelente Dr. Elias da UNIMED, uma ilha de eficiência, trabalho e compromisso surgida no oceano do colapso da saúde pública do Ceará, assemelhasse aquele bom soldado amigo e apavorado que, ainda vivo e sob intenso bombardeio, abraça e conforta seu companheiro que agoniza mortalmente ferido. Palavras de incentivo e conforto, nessas horas são muito adequadas para oferecer amparo espiritual para quem está partindo, fechando ou falindo. Ante as incontáveis fachadas com “Aluga-se” eis que surgem fachadas com o “#VaiDarCerto” do Dr. Elias. Mesmo em algumas daquelas que estão desalugadas e tapumadas eis que surge o #VaiDarCerto. O Setor Privado precisa sobreviver a isso tudo. Sem ele não há esperança e nada pode dar certo para ninguém, muito menos para o setor público, quase sempre obeso, sedentário e ineficiente.
O mantra adotado pelo Dr. Elias da UNIMED foi a única coisa boa que surgiu desse novo flagelo cearense que, antes, era o excesso de Seca e agora é a escassez de Saúde e de perspectivas. Assistir o realismo esperançoso das lives do Dr. Elias é algo que, de fato, nos remete a achar que #VaiDarCerto mesmo sabendo que está dando errado para a maioria da tropa. A única certeza que podemos ter depois desse aprendizado, na marra, que estamos tendo é que o Ceará precisa muito de mais Elias que de Camilos. Muito mais de “#VaiDarCerto” que de “Aluga-se”.
