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TURISMO: OS NÚMEROS DO NAUFRÁGIO

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Completamente em declínio, o Turismo cearense assistiu recentemente o artifício de fogos comemorativos lançados por quem deveria estar revertendo o dramático retrocesso da atividade econômica que mais emprega no Estado. A safra de 2022 divulgada pelos Pantaleões cearenses são números que não se sustentam em face das bases comparativas utilizadas, as quais explicitam o definhamento da musculatura competitiva do Destino Turístico Ceará.

Qualquer desavisado é capaz de entender que a imensa maioria dos indicadores de atividade econômica de 2022 comparados a 2021 e a 2020 não podem ser usados isoladamente para análises de performance de muitos setores, nomeadamente o Turismo. Ignorar os efeitos da Pandemia sobre a atividade turística é conduta que só descredibiliza os “analistas” do Governo do Estado e da Prefeitura de Fortaleza.

Examinando os números de 2022 o que se constata é uma das mais medíocres colheitas do Turismo cearense em todos os tempos, produto do descaso com o desenvolvimento econômico do Estado e com uma quadra de gestões públicas marcadas por agendas ultrapassadas e embaladas por delírios estatísticos. Em 2018 e 2019, anos pré-pandemia, os fluxos turísticos aéreos totais (movimentação de passageiros em embarques e desembarques no Fortaleza Aiport) alcançaram 6.648.967 e 7.211.701, respectivamente. Em 2022 esse número foi de 5.748.892 explicitando um tombo de cerca de 20% no período. Releva destacar que esses números são da movimentação total de passageiros e, sendo assim, é plausível admitir que os efetivos desembarques são cerca de 50% dessa movimentação nos terminais de passageiros do Aeroporto de Fortaleza. Ou seja, cerca de 2.9 milhões de pessoas desembarcadas efetivamente. Contudo, cabe ainda aplicar um redutor nesse número em face de muitos viajantes estarem apenas em conexão de voos domésticos e internacionais, não saindo sequer do Aeroporto. Nesses casos, o benefício-impacto econômico no Destino Ceará é praticamente nulo.

Quando o assunto é o desastre do HUB Aéreo Internacional inventado pelo Governo do Estado, os números são ainda mais dramáticos. Em 2022 minguados 233.311 embarques e desembarques foram contabilizados pela FRAPORT contra 557.107 de 2019 e 402.286 de 2018. Ou seja, em 2022 o Ceará recebeu menos turistas internacionais que no início deste século. No passado, Fortaleza chegou a contar com 27 voos internacionais semanais entre regulares e charter (fretamentos). Hoje recebe 10 voos regulares e zero de fretamentos, números que decretam a absoluta incompetência do governo do estado no manejo da agenda estratégica de internacionalizar a economia do Ceará e transformar nosso Estado em um efetivo HUB Aéreo Internacional.

Com resultados tão pífios esperava-se que o novo Governador inaugurasse outra dinâmica na gestão pública do setor. Para desespero da economia do Turismo cearense e espanto geral do Trade Turístico, o qual atravessa a mais severa crise de viabilidade econômica e financeira de seus empreendimentos, Elmano de Freitas optou por sancionar e aprofundar o descalabro gestorial de Camilo I e II e a irresponsabilidade de Cid I e II, convertendo-se numa espécie de híbrido entre esse dois Governadores, os quais são reconhecidos como os maiores carrascos do Turismo cearense. Será que o destino do novato Elmano de Freitas será ser lembrado pelos operadores do Turismo como um Camilo III ou Cid V?

Como escreveu nosso Luiz Gonzaga no hino do Nordeste, Asa Branca, /”eu preguntei’ a Deus do céu, uai/Por que tamanha judiação?”/.

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Allan aguiar

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