O sonho de um Estado próspero, referencial e moderno nunca esteve tão distante da atual realidade Cearense. Nossa estima anda bem abalada neste 2019 com as consequências econômicas e sociais da violência que cresceu sob nossos pés ao longo desses anos todos e com o ambiente de negócios cada vez mais litigante e arriscado ao capital privado. Como se não bastasse a crise econômica que ainda assola a nação, inobstante os últimos sinais de recuperação, o Ceará conseguiu piorar ainda mais o atual contexto dos seus cidadãos, aprofundando sua própria crise.
O visível desalinhamento da agenda estadual com a do Governo Federal vem sendo reforçado a cada intervenção dos protagonistas da administração pública e reduzindo nossas chances de reverter o enorme gap que nos distancia dos indicadores sociais do Brasil. Afinal, somos 2% da economia e 4% da população do país. Óbvio, por nossa dimensão, precisamos muito mais do orçamento público federal que ele de nós. O Estado necessita visceralmente das boas e lubrificadas relações com os tomadores de decisão do Governo Central no sentido de encaminhar projetos e atrair investimentos. Nosso reduzido e cada vez mais tensionado orçamento estadual não é capaz de garantir os serviços públicos em volume e qualidade requeridos pelas 9 milhões de almas que vivem nesta terra de Alencar, nem muito menos os investimentos capazes de garantir o “Salto” prometido e não cumprido.
Quanto ao capital privado, assistimos o Ceará sofrer o seu mais longo jejum. Além da inapetência generalizada que existia até a definição do novo Governo Federal, nosso Ceará também agravou a baixa competitividade de seu ambiente de negócios para os investimentos privados. Desde de 2006 que o relatório do Banco Mundial “Doing Business” revela nossa fragilidade, como estado subnacional, para atrair investimentos. E sem investimentos privados não chegaremos a lugar algum. Referido relatório coloca o Brasil na posição 109, de 190 países e regiões. Estamos muito ruins na foto.
Não existe nada de relevante/estruturante acontecendo no Estado que seja liderado pelo capital privado e que venha a ser considerado de grande impacto socioeconômico. Ninguém acredita que a ampliação do Aeroporto da FRAPORT, que sempre foi uma previsão contratual entre o Governo Federal e a concessionária, e a venda de parte do complexo portuário do Pecém para os Holandeses serão capazes de gerar energia suficiente para sequer acender a luz no fim do túnel. Também essa narrativa chapa-branca de Hub Tecnológico, em face do Cabo da Angola Cables passar pela praia do futuro, é ridicularizada por todos aqueles que estudam o setor de provedores de internet e de telecomunicações.
Enfim, enquanto nossa Fortaleza é desaconselhada por governos estrangeiros e caminha para se tornar uma cidade desanimada, com bares e restaurantes fechando, continuamos sem roda gigante, sem resort 7 estrelas, sem aquário, sem cruzeiros atracados no mucuripe e sem gringos circulando e gastando