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JERI: A RESISTÊNCIA DO PARAÍSO

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Notável a força de atração de Jericoacoara, o paraíso praiano cearense. Não obstante as complexas e desafiadoras ameaças que orbitam sobre o destino turístico praiano mais icônico do Brasil, a demanda turística através do seu aeroporto, o SBJE que até pouco tempo atrás era gerido pela INFRAERO, contabilizou um crescimento de 35,1% na movimentação de passageiros no primeiro quadrimestre deste ano em comparação ao mesmo período de 2024.

Com 944 pousos e decolagens neste quadrimestre, sendo 200 feitos por voos não regulares, Jeri mostra sua força na captação de turistas de altíssima renda, os quais lotam seus jatinhos e fazem a alegria do trade turístico local. Neste ano, até abril passado, 696 abonados circularam pelo aeroporto de Jeri e pagaram diárias que chegam a 3 mil reais nos espetaculares hotéis butiques e pousadas de charme da vibrante vila. O impacto-benefício econômico e social que os gastos desse tipo de turista produzem no destino visitado é gigantesco. É o sonho maior dos destinos turísticos. É renda turística e desconcentrada na veia, emprego e cidadania, em face da transversalidade que caracteriza o setor do turismo.

Com a GOL, LATAM e AZUL operando voos regulares, o Parque Nacional de Jericoacoara recepcionou quase 50 mil turistas nestes primeiros quatro meses do ano, contra perto de 36 mil no mesmo período do ano passado. Um crescimento robusto que sugere igual desempenho pelo modal rodoviário,  considerando que muitos visitantes chegam pelo aeroporto de Fortaleza e se deslocam por terra, além da galera do Nordeste que vai rodando desde suas garagens. Precisaríamos da taxa média de ocupação do período e da oferta hoteleira total para cravar o número exato de turistas que circularam no destino turístico. Mas o modal aéreo aponta que Jeri continua com forte demanda.

Contudo, os alarmantes casos de violência, falta de liderança do Estado, judicializações, questões ambientais e conflitos fundiários podem melar por completo o futuro da praia e prejudicar a cadeia de negócios que sustentam tudo e todos, em face de ser a economia de Jeri uma completa monocultura do Turismo.

Todos vivendo do turismo, menos aqueles pertencentes aos agentes públicos, nocivos à boa ambiência e à viabilidade dos negócios existentes. Quase sempre são os assalariados do setor público, que não entendem nada de estruturação de produtos e destinos turísticos, geração de trabalho, renda e bem-estar das comunidades locais, que desregulam os sistemas produtivos locais, põem tudo a perder e depois, com cara de paisagem, simplesmente desaparecem e deixam o rastro de destruição para o setor privado consertar.

O eventual declínio de Jericoacoara vai atrair para o mesmo ralo, por gravidade, a vizinha praia do Preá, Tatajuba, etc. Sem Jeri, sendo a estrela daquele litoral, nenhuma outra praia satélite vai prosperar. Sendo assim, cuidemos todos desse paraíso antes que seja tarde demais.

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