Na sequência das análises dos números do modal aéreo publicados pelos principais aeroportos do Nordeste, temos que os dados acumulados do ano de 2023 nos aeroportos de Maceió, João Pessoa, Aracaju, Campina Grande e Juazeiro do Norte revelaram crescimentos da movimentação de passageiros que variam de 2,2% a 69,2%, comparativamente a 2022. Com uma exceção: o aeroporto de Juazeiro do Norte–CE que encolheu 4,6% no mesmo período, contrastando com um vigoroso crescimento de 69,2% do aeroporto de Campina Grande–PB.
Quanto as capitais, coube a Aracaju liderar o crescimento com 22,3%, seguida de João Pessoa, com 16,2%, Recife, 3,7% e Maceió, que oscilou positivamente 2,2%. Fortaleza foi a única capital a amargar declínio de turistas em 2023. Até novembro passado, último acumulado anual disponibilizado pela FRAPORT, a queda era de 3%. Ou seja, os dois principais terminais aeroportuários do Estado (Fortaleza e Juazeiro do Norte) contabilizaram prejuízos no Turismo em 2023. Quanto aos dados acumulados de todo o ano passado, temos Recife girando 9.046.145 passageiros e Salvador 7.279.732, impondo a Fortaleza uma super goleada, enquanto acumulava até novembro 5.073.525. Nem com um temporal de turistas em dezembro adicionando os números anuais de 2023 na contabilidade de Fortaleza, seria possível qualquer aproximação com o segundo lugar, Salvador.
Diante dos fatos, acossado pelos pobres números do turismo alencarino, alguém da Secretaria Municipal do Turismo gerou perplexidade ao afirmar que o modal rodoviário cresceu 14,4% e que este ajudou a compensar a perda do aéreo. Nivelando avião pousando no Pinto Martins com ônibus chegando no terminal rodoviário de Fortaleza, esse servidor público provocou a inteligência da plateia ao afirmar que seu “observatório” foi capaz de estimar o fluxo de veículos particulares de outros estados que chegam em Fortaleza. Ou seja, os brasileiros do Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Norte amam tanto Fortaleza que abandonaram os aviões para chegar aqui rodando através das nossas maravilhosas estradas nacionais. O que dizer desse impropério?
Fortaleza, com seus 2,7 milhões de habitantes, movimentando poucos mais de 5 milhões de passageiros em seu aeroporto e Maceió, com seus 950 mil habitantes, girando 2,4 milhões de passageiros/ano. Alguém falou que “gestão não é tudo, mas é 100%”.
