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ELEIÇÕES 2024: TUDO PASSA, ATÉ OS CZARES.

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Não se trata de quem vai ganhar a prefeitura de Fortaleza e de Sobral, mas sim de quem vai perder. A demissão do Sarto, por justa causa, será o último ato de uma era em que a gestão pública termina como começou: um Estado pobre, atrasado e violento. As eleições de 2024 podem marcar o efetivo encerramento de quase meio século de domínio absoluto da dupla de czares que controlou os votos do povão pobre, bom e frágil dos rincões do sertão cearense. 2024 pode ser a virada de página do mais longo período de supremacia política, eleitoral, econômica e administrativa que nos legou o triste quadro social que estamos imersos.

Desde Tasso 1, lá se vão uns 40 anos de domínio absoluto da dupla que controlou os votos deste pedaço do Brasil. Os Czares e seus satélites chegavam e saiam do Palácio da Abolição na garupa dos votos controlados por uma poderosa rede interiorana de correligionários, os quais detinham dezenas/centenas de prefeituras. Quem ousou contrariá-los, mesmo fazendo bons governos, foi solenemente varrido do poder. Contudo, com o fenômeno Lula e sua bolsa família, Tasso naufragou e Ciro tratou logo de se agarrar na cauda desse cometa eleitoral que assolou a zona da mata, o agreste e o sertão do super pobre Nordeste. Coube a Ciro, ungido por Lula, lançar uma boia indulgente ao amigo que estava se afogando no oceano de votos de Lula e, com isso, garantir a este um assento no céu do parlamento, o Senado.

A provável derrota do Sarto, marcada para o próximo 06 de OUT, reforçará a tese de que, nem mesmo com a máquina e dinheiro, sem gestão, não é possível se reeleger. No caso, será para ele uma eleição plebiscitária na qual corre enorme risco de ser sumariamente demitido pelo povo em face do conjunto da obra de seus estéreis quatro anos. Muito mal avaliado e com seus padrinhos sem tração eleitoral, Sarto poderá ser o último de uma linhagem política originada do cruzamento genético eleitoral de Tasso/Ciro, ocorrida na segunda metade do século passado e que hoje se mostra esgotada, enferrujada, anacrônica e desalinhada com os anseios de um futuro melhor para as novas gerações de cearenses.

Enquanto em outras capitais brasileiras os atuais prefeitos nadam de braçada nas pesquisas que apontam suas reeleições em primeiro turno, como Recife, Rio de Janeiro, etc., os fortalezenses desaprovam seu prefeito e querem mandá-lo para casa. Nem a Marrion quer mais seu ex-patrão. Já no Império intocável de Sobral, a situação é inédita e desafiadora para os irmãos Ferreira Gomes, que assistem sua boa candidata e ex-governadora Izolda patinar nas pesquisas, apesar da ajuda incansável do SuperCamilo para balançar suas bandeiras nas esquinas da cidade. Mas parece que a kriptonita em mãos inimigas vem abalando seus superpoderes.

Sendo assim, 2024 poderá ficar para a história como o ano em que o povo abandonou de vez seus czares no sol, sem votos e sem máquina para alimentar suas estruturas políticas. Mas depois de 40 anos, mesmo não querendo largar o osso, já estão nutridos o suficiente para terem uma vida longa, boa e farta pela frente. 

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