13 hotéis de padrão europeu em quase 25 anos após a redescoberta do Brasil pelos portugueses, agora do Grupo Vila Galé, em 2001. Dos 52 hotéis na Europa, Américas e África, a rede hoteleira liderada por Jorge Rebelo de Almeida inaugura sua nova pérola, um super hotel boutique da categoria Collection, agora na Amazônia brasileira, em Belém do Pará. Esse português merece ser reconhecido e respeitado por todos nós, brasileiros, que entendemos o impacto-benefício social que o turismo produz nos destinos que ele qualifica com seus hotéis.

Empresários dessa envergadura têm o poder de colocar cidades e regiões no mapa do turismo internacional. Foi assim em Fortaleza, a capital dos cearenses, quando inaugurou seu primeiro hotel no Brasil, no início deste século. Não por coincidência, a TAP Air Portugal tratou logo de colocar, à época, frequências diárias ligando Lisboa a Fortaleza e, ato contínuo, a outras grandes capitais do Nordeste e do Brasil em agenda muito parecida, quase irmã gêmea, da seguida por Jorge Rebelo na expansão de sua rede no Brasil. Teria esse português, com sotaque cearense, o poder de atrair voos internacionais na esteira dos seus investimentos? Curiosamente, acontece mais uma vez com os voos da TAP portuguesa ligando Lisboa/Belém/Lisboa e, de lá, para todo o mundo. Poucos entendem o privilégio de ter Lisboa como um HUB aéreo na Europa. No caso do Nordeste do Brasil, esses voos desembarcaram não apenas portugueses, mas também outros europeus de países bem mais ricos que Portugal e que produziram o maior ciclo de investimento estrangeiro direto, produtivo, que o Nordeste já experimentou em sua história.

Celebrar o arrojo dos empreendedores deveria ser o esporte predileto de todos aqueles comprometidos com a melhoria dos indicadores sociais do Brasil. Graças a essa galera ousada do setor privado, se criam empresas, renda, empregos e os trilhões de impostos que alimentam os famintos do setor público. Qualquer empresário brasileiro sabe bem o tamanho do desafio de conviver em ambiente de negócios tão ameaçador para o capital investido. Quando o investidor é estrangeiro, os desafios são ainda maiores em face das dificuldades de entender e superar o cipoal da burocracia cruzada imposta pelos brasileiros a eles mesmos e, por tabela, ao capital produtivo de origem internacional.

As bodas de prata do Grupo Vila Galé no Brasil serão emblemática e marcadas pela sustentabilidade ambiental que a Amazônia inspira e exige de todos que querem continuar a respirar neste planeta. O verde e sua exploração turística sustentável na Amazônia brasileira ganha um novo equipamento de acolhimento e experiências que coloca ao alcance dos turistas mais exigentes, nacionais e internacionais, uma possibilidade de conhecer os encantos do pulmão do mundo em grande estilo. Esse perfil de viajante que busca natureza selvagem, como ela de fato é, só cresce e abre uma enorme avenida para nossa Amazônia se converter em um destino turístico líder nesse segmento. Sendo assim, faltava um hotel desse padrão e vocacionado a atender os cidadãos verdes para que um novo capítulo seja escrito no livro do desenvolvimento da Amazônia.

Mas não importa se voos atraem hotéis ou hotéis atraem voos, mas sim que nossa Amazônia atraiu os dois pelo simples fato de ela ser um espetáculo grandioso e imperdível da natureza, com um patrimônio cultural imprecificável e um ativo ambiental único e vital para o planeta que nos mantém vivos, apesar de nossas sandices climáticas. Sendo assim, vim até Belém conferir essa programação cultural que emoldura a inauguração do hotel Vila Galé Collection Amazônia, com todas as despesas pagas por mim mesmo.