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AQUIRAZ: TURISMO & POLITICAGEM

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Há pouco mais de 20 anos, a prefeitura de Aquiraz sonhava em ser a Cancun brasileira, com resorts espetaculares distribuídos em sua costa e distribuindo muitos milhares de emprego, renda e cidadania.

Tudo começou graças aos empreendedores cearenses que colocaram no mapa o Porto das Dunas, no fim dos anos 70s, quando construiram uma ponte sobre o rio Pacoti com recursos próprios. Com os acessos ao então loteamento, surgiu o mais icônico destino turístico autônomo do Ceará: o Beach Park, o maior complexo turístico praiano da América Latina. Aquiraz ninguém sabe onde fica mas o Beach Park qualquer brasileiro sabe perfeitamente que fica em Fortaleza, tamanha é a distância que as próprias gestões do município impôs ao seu famoso balneário.

Mesmo sem receber a mínima atenção do setor público, na forma de reforços da infraestrutura do local, o Beach Park cresceu e se tornou um produto capaz de sozinho atrair gente de todo canto para viver a experiência turística. Sem redes de água e esgoto, sem ruas pavimentadas e nem rede elétrica capaz de manter fornecimento regular, e ainda sem acessos à altura da atração, a vida do empreendimento e dos turistas continua não sendo nada fácil, revelando a flagrante falta de prioridade do turismo na agenda governamental.

O segundo salto de Aquiraz foi tentado em em 2003 quando foram finalmente assinados os contratos com a sociedade empresária responsável pela implantação do complexo hoteleiro e imobiliário Aquiraz Riviera, o qual previa cinco resorts, campo de golfe e imóveis de segunda residência focados na atração de fluxos majoritariamente internacionais. A prefeitura, há época, marcava colado a SETUR e os empreendedores, no esforço de tirar do papel um projeto que se arrastava há anos. Para tanto, coube ao governo do Estado viabilizar mais de cem milhões de reais em infraestruturas permitindo o avanço das obras dos equipamentos privados. Foi quando o primeiro resort, o Dom Pedro Laguna, e o campo de golfe tiveram obras iniciadas. Com a troca do governo, o escopo dos contratos foi alterado e os demais resorts não foram viabilizados, convertendo o Aquiraz Riviera em empreendimento quase que puramente de cunho imobiliário.

A Cancun não aconteceu na forma planejada, mas de qualquer forma os investimentos privados fizeram com que os visitantes passassem a ser o grande vetor econômico do município, que foi a primeira capital do Estado. Desta forma, causou enorme perplexidade o apoio da prefeitura à paralisação do início das obras da CE-025, um movimento liderado por políticos de esquerda e por meia dúzia de bugueiros travestidos de ambientalistas, os quais subiram em seus veículos a duna do Catu para protestar contra hipotéticos impactos ambientais da fundamental obra viária que, pasmem, pretende interligar as praias do próprio município. Sim, a própria prefeitura, chutando contra seu próprio goleiro e contra a qualidade de vida das populações que seriam beneficiadas, foi para o lado errado e se abraçou com os ecochatos que sempre aparecem para atrapalhar o desenvolvimento sustentável.

É impressionante como são fortes as forças do atraso que emperram as engrenagens do Ceará, impedindo seu avanço, e como são latenteses o pensamento miúdo de alguns homens públicos, completamente desconectados dos índices africanos de renda e cidadania das populações por eles governadas.

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